quarta-feira, 25 de abril de 2012

EDUCAÇÃO


 À TODOS QUE  QUEREM UM MUNDO MELHOR

Estamos vivendo um momento em que o debate sobre educação, começa a ganhar espaço na mídia e na agenda da cidadania. Fala-se muito de cotas, necessidade de mais recursos financeiros e principalmente da baixa qualidade do ensino público. Em geral, pouco se diz sobre a necessidade da arte na escola. A visão de qualidade que está imperando nessas discussões é instrumental. As crianças têm de dominar determinado conhecimento para o país ter bons trabalhadores, profissionais liberais, empresários... Um dia descobrimos que nossos alunos queimaram um índio, espancaram uma mulher negra e não sabemos o motivo.

E olha que os documentos oficiais da educação brasileira falam em trabalhar com os jovens a “estética da sensibilidade”. Mas como tem sido difícil para as escolas fazerem isso! Refiro-me aqui apenas àquelas que tentam, pois muitas sequer cumprem o papel de transmissão de conhecimento, que dirá de sensibilizar. Felizmente, há muitos professores tentando formar mentes livres por meio da arte, do esporte, da literatura.

Sensibilizar por meio da educação hoje não é fácil. É nadar contra a correnteza. É ensinar a gostar dos sabores da comida brasileira, ao invés de levar o fast food  para escola. É cantar e dançar Alceu Valença e deixar 

 o Tchan fora da sala de aula. É mostrar um filme brasileiro para as crianças, ao invés de render-se ao bombardeio midiático do Homem Aranha.

Educar, afinal de contas, exige conhecimento, paixão e muito esforço, pois muitas vezes há resistência. Nem tudo se aprende com prazer, mas é possível aprender muita coisa prazerosas. Então, é preciso recolocar o debate sobre qualidade na educação. Além de jovens preparados para passar no vestibular, precisamos de homens e mulheres capazes de conviver, de pensar, de se emocionar e, ainda, que saibam selecionar. Afinal, informação é o que não falta. A grande tarefa da escola hoje não é empurrar mais conteúdo, e sim ensinar a escolher qual conteúdo, ou, melhor ainda, levar as crianças a produzirem conteúdo. 

Sabemos que isso é uma tarefa árdua. Quando o mercado oferece tudo, como ensinar a optar? Quando a indústria do entretenimento invade as casas com toda sorte de lixo, como ensinar a gostar de poesia? Só vai conseguir ter sucesso nessa empreitada quem evitar o lugar comum. É possível fazer educação de qualidade com beleza, poesia, muita animação e sem lixo “cultural”, é claro.

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